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terça-feira, 20 de maio de 2025

Abin alertou sobre ameaças à posse de Lula antes do 8 de janeiro, mas governo Bolsonaro ignorou

Relatórios indicavam risco de atentados, caravanas organizadas e planos de ações violentas contra aeroportos e órgãos públicos


Ao menos cinco documentos classificados produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre os dias 27 e 30 de dezembro de 2022 apontavam com clareza a iminência de ameaças violentas ligadas à posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. Os relatórios identificavam desde a movimentação de caravanas com destino a Brasília até ameaças específicas contra aeroportos, alvos governamentais e autoridades. A estrutura dos alertas envolvia mapeamento de rotas, identificação de financiadores e a vigilância sobre líderes extremistas com histórico de incitação ao crime.

Os documentos, acessados pela reportagem do ICL Notícias, permanecem sob sigilo e detalham o cenário que antecedeu os ataques do 8 de janeiro. Segundo os registros, já havia preocupação formal com a possibilidade de ocorrência de atos terroristas, incluindo o uso de explosivos e a participação de grupos articulados por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens. Os relatórios descrevem ainda que determinados influenciadores digitais e figuras conhecidas do bolsonarismo estavam em contato com organizadores das caravanas, além de trocarem informações sobre rotas, locais de concentração e estratégias para “inviabilizar a posse”.

Entre os documentos identificados estão:
  • 00262.537009/2022-12, produzido em 27 de dezembro de 2022, com sigilo até 27/12/2027
  • 00262.542106/2022-19, de 29 de dezembro de 2022, com sigilo até 29/12/2027
  • 00262.542171/2022-44, também de 29 de dezembro de 2022, com sigilo até 29/12/2027
  • 00262.546585/2022-42, de 30 de dezembro de 2022, com sigilo até 30/12/2027
  • 00262.532710/2022-37, produzido em 27 de dezembro de 2022, com sigilo até 27/12/2027
Analistas da Abin queriam prioridade

Em 29 de dezembro, dois dias antes da posse, a Abin registrou a presença de indivíduos ligados a ações violentas em Brasília e alertou para riscos à segurança de instalações estratégicas, com destaque para o Aeroporto Internacional de Brasília.

Também foram apontadas ameaças dirigidas a autoridades do novo governo, incluindo ministros anunciados e membros da equipe de transição. Os relatórios indicavam que os articuladores pretendiam criar pânico em pontos de acesso à capital e estimular o colapso de estruturas básicas de transporte e segurança no dia da cerimônia oficial.

Apesar da gravidade das informações, fontes na estrutura de inteligência afirmam que as advertências não tiveram encaminhamento efetivo para os comandos das Forças Armadas, nem motivaram a articulação de ações preventivas coordenadas. A leitura à época, segundo essas fontes, era de que se tratava de “expectativas de tensão controlável”. Segundo apuração do ICL Notícias, alguns analistas da Abin insistiram para que os alertas fossem tratados como prioridade máxima, mas não obtiveram resposta dos escalões superiores da área de segurança institucional.

A omissão na análise e na resposta aos relatórios produzidos às vésperas da posse é um dos elementos que hoje sustentam investigações sobre responsabilidade institucional nos ataques do 8 de janeiro. Ainda que a Abin tenha identificado sinais claros de escalada, as informações não teriam sido incorporadas pelos setores de comando e planejamento da segurança nacional. Procuradores que acompanham as investigações ouvidos pela reportagem avaliam que houve negligência grave no tratamento das informações, e não descartam a possibilidade de responsabilização de autoridades omissas.

Os relatórios da Abin seguem sob sigilo até o final de 2027, mas seu conteúdo parcial obtido pela reportagem confirma que os riscos eram conhecidos e formalmente documentados antes dos ataques.

A falta de reação do aparato estatal, diante das informações, contribuiu para a sensação de permissividade e para a efetiva realização dos atos golpistas. O contexto revela um descompasso entre a produção de inteligência e a capacidade de resposta institucional, que será central no debate sobre segurança nacional nos próximos anos.

Do ICL Notícias
Por Cleber Lourenço
BLOG OXENTE NEWS, 20/5/25

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