O caso ganhou repercussão mundo afora, inclusive no Brasil. Com a tragédia, ficam as perguntas: quão perigosa de fato a Loxosceles pode ser? Toda picada dela mata? Tem tratamento para a picada?
“As aranhas não querem necessariamente picar ninguém. A grande maioria que aparece nas casas ou em outros ambientes é inofensiva, mas há espécies que podem realmente causar sérios problemas à saúde de quem for picado. Identificá-las pode ser um desafio, mas para isso vale uma preciosa dica: nem sempre as maiores são as mais perigosas”, afirma o aracnologista e pesquisador científico do Instituto Butantan Antonio Brescovit.
Dá para identificar uma Loxosceles?
As Loxosceles têm em torno de três centímetros de comprimento e podem ter cores variadas, tornando o nome “aranha marrom” inadequado. “Chamá-la de marrom não ajuda a identificá-la, já que existem algumas como a Loxosceles intermedia que é avermelhada e ocorre praticamente em todo o Sul do Brasil”, afirma Antonio Brescovit.
Ela também é conhecida como aranha-violino porque tem um desenho em seu abdômen que lembra um violino.
As aranhas do gênero Loxosceles ocorrem, sobretudo, na América do Sul, mas algumas também em outros continentes, como a Loxosceles rufescens, que se originou no mediterrâneo, mas atualmente é encontrada em outras regiões. As Loxosceles rufescens são minúsculas, podendo ter menos de 10 milímetros, e podem ser encontradas em cavernas e em residências, mas não estão registradas no Brasil.
Todas as aranhas do gênero Loxosceles são peçonhentas e consideradas de “importância médica”, termo que indica que os venenos delas são perigosos para a saúde humana, ao mesmo tempo em que são matéria-prima na produção do antiveneno, usado no tratamento.
No Brasil, ocorrem pelo menos 19 espécies de aranhas Loxosceles que não são consideradas agressivas, tendendo a picar somente por defesa quando pressionadas junto ao corpo humano. Apesar do temperamento dócil, elas estão entre as aranhas mais perigosas para os seres humanos.
“Geralmente as picadas com a aranha-marrom ocorrem quando ela se esconde entre as roupas nos armários ou enquanto se deslocam nos tetos durante a noite e caem em cima da cama de pessoas que estão dormindo, que podem ser picadas quando se mexem e pressionam o animal”, explica o pesquisador do Butantan.
Na natureza, elas costumam ficar escondidas sob cascas de árvores, barrancos e em folhas secas.
BLOG OXENTE NEWS, 2/3/25

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