Governador do Rio quando assassinos de Marielle foram presos, Wilson Witzel afirma que Polícia Civil já sabia quem eram os matadores em 2018
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Ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel afirma que a cúpula da Polícia Civil já sabia, em 2018, quem eram os dois executores de Marielle Franco, morta em março daquele ano. E que os delegados envolvidos no caso, que na época respondiam aos generais Braga Netto e Richard Nunes, não prenderam os assassinos com a justificativa de que, antes, pretendiam identificar os mandantes do crime.
A Polícia Civil só prendeu Ronnie Lessa e Élcio Queiroz em março de 2019, após Witzel afastar os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, que davam as cartas na corporação. No último domingo, a Polícia Federal apontou os dois policiais como cúmplices dos irmãos Brazão no assassinato.
EM ÁUDIO: Wilson Witzel afirma que a cúpula da Polícia Civil já sabia, em 2018
O afastamento de Giniton Lages chegou a ser criticado publicamente por Richard Nunes, que sustentou que o delegado já estava familiarizado com o caso Marielle e, por isso, deveria permanecer na linha de frente.
À coluna, Witzel disse acreditar que a demora para prender os assassinos em 2018 pode ter motivação eleitoral. “Fiz uma reunião ainda antes de assumir, na transição de governo, e perguntei aos delegados: ‘Qual a informação vocês têm do caso Marielle?’. Eles me disseram: ‘Nós temos a informação de dois executores’. Eu disse: “Ué, por que vocês não pediram a prisão deles ainda?” [E eles responderam]: “Nós estamos esperando chegar no mandante”.
Repercussão eleitoral
O ex-governador Wilson Witzel continuou:
“Se eu perguntei [sobre o caso Marielle], quem estava aqui antes de mim [Braga Netto e Richard Nunes] deve ter perguntado também. É natural. A eleição foi em outubro [de 2018], eu fiz essa pergunta em novembro. E o Lessa morava no condomínio do candidato [Bolsonaro].
Você imagina se essa informação é divulgada, se eles são presos na véspera da eleição. O matador da Marielle morador e vizinho do candidato. Como a informação cairia naquele momento?”
Wilson Witzel afirma que Polícia Civil já sabia quem eram os matadores em 2018 |
Em 2018, o general Braga Netto comandou a intervenção no Rio de Janeiro, sendo uma espécie de “governador” na área de segurança. Já Richard Nunes chefiava a Secretaria de Segurança Pública, tendo contato direto com as polícias Civil e Militar. Na época, o presidente era Michel Temer.
Questionado objetivamente se Braga Netto e Richard Nunes teriam segurado a prisão de Lessa para abafar a repercussão do caso no ano eleitoral, o ex-governador disse que a motivação precisa ser investigada.
Do Metrópoles
BLOG OXENTE NEWS, 27/03/2024
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