Ou… ex-presidente tem a ganhar politicamente. Mas e juridicamente?
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A manifestação deste domingo, 25/02, vai encher a avenida Paulista. Disso, ninguém dúvida nos meios políticos. Mas qual é a vantagem para o ex-presidente Jair Bolsonaro?
O que ele mais precisa é de algo que melhore sua situação jurídica. Contudo, nada que acontecer neste domingo, 25, vai ajudá-lo. E pode piorar, caso ele saia da linha.
Por isso, o ex-presidente terá que se mover com cuidado – evitando ser ele mesmo diante de uma multidão que vai incentivá-lo a avançar sobre esses limites.
Hoje o ex-presidente é um político inelegível e é um investigado em um processo – o mais perigoso – no qual mais provas podem aparecer: a continuidade dos atos antidemocráticos e a tentativa de golpe.
No interrogatório de quinta, 22/02, ele nada disse em sua defesa, ficou em silêncio.
Hoje, terá que medir as palavras porque ataques ao Judiciário – com estímulos ao desrespeito aos poderes constituídos – entram no processo como reincidência.
Politicamente, ele tem a ganhar se mostrar ser ainda uma liderança popularmente forte. Ele tenta hoje evidenciar que não está no ostracismo. Isso pode levar para ele mais apoios de líderes políticos ainda relutantes. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que irá porque, a “liderança de Bolsonaro como representante da direita brasileira é inquestionável”.
Outros governadores que não disputam mandato agora devem estar presentes, como Ronaldo Caiado. Tentam se fortalecer no eleitorado anti-Lula e nos arranjos para as disputas das prefeituras.
Mas podem perder também, aliando seu nome não à direita democrática, mais ao golpismo explícito de Bolsonaro.
O problema do líder da extrema-direita é que a manifestação poderá ser uma grande ajuda politica, mas não se sabe que ganho jurídico ele terá com isso.
Bolsonaro precisa de socorro jurídico, e o ato pode ser um complicador e não uma ajuda.
Ele gastará uma parte do tempo atacando Lula e há dois flancos: a demora da prisão dos fugitivos de Mossoró, e a declaração sobre Gaza.
Isso será explorado e, certamente, com distorções. Sua vitória hoje na Paulista, não melhora sua vida no inquérito que corre na Polícia Federal.
O ministro Alexandre de Moraes – a quem ele chamou de “canalha” e disse que não obedeceria – continua dando as ordens que podem atingi-lo.
E naquela mesma Paulista se ouviu uma de suas grandes mentiras – no dia 7 de setembro de 2021 – em que ele falou que só sairia da presidência “preso, morto ou com a vitória”.
Na verdade, saiu pelas urnas, uma derrota democrática que o fez viajar para Miami antes de entregar a faixa.
Por VEJA
BLOG OXENTE NEWS, 25/02/24
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