A Essência Despertada
Todo alvorecer é uma nova partida do trem da vida, com destino a estação derradeira. Durante o trajeto posso aproveitar a paisagem bem desenhada pela mãe natureza, ou trancar a porta e as janelas do egocentrismo insensato, vivenciando os truculentos solavancos, ocasionado por falta de manutenção nos dormentes que fixa o trilho da existência.
Acomodo-me no vagão intermediário, entre a solidão e a sociabilidade, fazendo assim, minha viagem agradável, ou simplesmente imerso nas profundezas dos oceanos que banham a compreensão ou desprezo da racionalidade humana.
No entardecer da meia idade (passado já cinquenta tons da aquarela da vivência), uma parada para reabastecer e lubrificar as engrenagens que faz locomover as rodas de ferro do destino. Um café; um cigarro; um trago nas lembranças do passado. Expiro a fumaça abrasadora d’uma saudade. Às vezes doída; outras, agradáveis.
Neste intervalo, deito a cabeça no travesseiro da ilusão, e sonho com o futuro escrito nas tábuas da sina que o criador talhou com a perfeição do artesão que é.
Brilha os raios d'uma nova aurora; aperto o cinto de segurança da esperança; abro as cortinas do porvir. Dilato as retinas das lentes ópticas, fotografo tudo outra vez com vigor renovado.
Segue a viagem...
Hilton Filho
17/02/19
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Foto: Hilton Jurion

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